Carlos Carranca - neste lugar sem portas

domingo, outubro 24, 2010

Nobre apoia greve geral e critica silêncio de Alegre


O candidato à presidência da República Fernando Nobre disse hoje, em Tomar, que apoia a greve geral convocada pelas duas centrais sindicais para 24 de Novembro, criticando o silêncio de Manuel Alegre sobre a matéria.

«Apoio a greve geral em nome da salvaguarda das necessidades básicas de milhões de portugueses que estão a ser humilhados e profundamente atingidos na sua dignidade de seres humanos», disse Fernando Nobre durante um almoço em Tomar, que reuniu centena e meia de apoiantes.

Nobre lamentou que o candidato apoiado pelo Partido Socialista e pelo Bloco de Esquerda, Manuel Alegre, ainda nada tenha dito sobre o assunto, «porque não tem as mãos livres para o fazer».

Afirmando que Portugal «vive uma situação dramática», Nobre sublinhou que o país precisa de um Presidente «capaz de procurar consensos e promover compromissos».

«Em toda a minha vida ajudei a que se fizessem compromissos em situações limite de conflito e guerra, agora não conseguiria fazê-lo nos gabinetes políticos?», questionou, sublinhando que os únicos interesses que defende são os «de Portugal e de cada um dos portugueses».

Fernando Nobre termina hoje uma semana de campanha pelo distrito de Santarém, que classificou de «terra de liberdade», aludindo ao facto de daqui ter partido para «fazer o 25 de Abril um dos mais extraordinários portugueses da história do Portugal Democrático», Salgueiro Maia.

Nobre, que se revê na postura do então capitão - de recusa de «benesses e honrarias», movido apenas pela «honra de servir o que acreditava ser o melhor para Portugal» - adaptou para «manifesto» da sua candidatura as palavras de Salgueiro Maia antes de sair do quartel, no apelo a que quem quisesse «acabar com o estado a que chegámos» o seguisse.

Lusa / SOL on line 23 de Outubro, 2010



Presidenciais: Fernando Nobre afirma que negociações sobre OE visam apenas "salvar a face"

Tomar, Santarém, 23 Out (Lusa)

O candidato à presidência da República Fernando Nobre disse hoje, em Tomar, que as negociações entre o Governo e o PSD para eventual viabilização do Orçamento do Estado (OE) visam apenas "salvar a face" e "continuam os tacitismos políticos no seu pior".

"O que importa é salvar as aparências, não é salvar Portugal", disse Fernando Nobre durante um almoço com centena e meia de apoiantes, frisando que a discussão que decorre hoje à tarde, "numa sala fechada", se centra nas "parcelas a alterar para que no fim ninguém perca a face e tudo fique na mesma".

Para o candidato, o acordo "previsível agravará a vida da maioria dos portugueses", daqueles que "menos têm, dos reformados e desempregados" e "não permitirá que os empresários invistam, criem emprego e riqueza".


SIM É POSSÍVEL!

quinta-feira, outubro 21, 2010

DC ENCONTROS GUITARRA


clicar na imagem para aumentar

FERNANDO NOBRE NA LOUSÃ (Câmara Municipal; homenagem ao Dr. José Cardoso; Na fábrica do Licor Beirão




terça-feira, outubro 19, 2010

Fernando Nobre em Vila Cova / ARGANIL (Coimbra)


Fernando Nobre, candidato à Presidência da República, visitou ontem Arganil, tendo decidido, na sua deslocação à sede do Concelho, dispor de cerca de vinte minutos em Vila Cova, terra de residência do mandatário da sua campanha no concelho, Nuno Espinal.

Nas “Tílias”, onde chegou cerca das 14h e 45m, o Dr. Fernando Nobre ouviu a filarmónica Flor do Alva, que expressamente actuou em saudação à sua passagem por Vila Cova, tendo o candidato, em breve alocução, agradecido a afectiva recepção que recebeu dos vilacovenses, fazendo questão de cumprimentar um a um todos os músicos e ainda José Santos, em representação da Direcção e o Maestro António Simões.

Logo depois o Dr. Fernando Nobre dirigiu-se a Arganil, onde foi recebido na Santa Casa de Misericórdia pelo Provedor, Professor Coimbra, e ainda outros membros dos Órgãos Sociais daquela Instituição de Solidariedade.

Texto e Fotos: Lígia Fernandes

domingo, outubro 17, 2010

Fernando Nobre na "Democrática" em Coimbra

Fernando Nobre no restaurante "Democrática" em Coimbra onde reuniu mais de 200 pessoas. Foi sublime !!!!!

“Coimbra tem mais encanto na Hora da Cidadania”...
Carlos Carranca









sexta-feira, outubro 15, 2010

FN2011 Apresentação da Comissão de Honra da Distrital de Coimbra


“Coimbra tem mais encanto na Hora da Cidadania”...

cito Carlos Carranca

Coimbra esteve com todo o encanto, dedicação e amor a receber Fernando Nobre.


Na Casa Municipal da Cultura estiveram os" eleitos" Luis Goes, Carlos Carranca e outros fazendo ouvir a voz da Cidadania!


Foi sublime...









A música de Luis Goes ouvida em Coimbra.

Que bem podem ser hinos desta Candidatura


http://www.youtube.com/watch?v=GHEKbPdTroU

http://www.youtube.com/watch?v=035FUgVlnyY&feature=related%EF%BB%BF


É preciso acreditar!

É preciso acreditar!

quinta-feira, outubro 14, 2010


PRESIDENCIAIS


NOTÍCIAS FN2011- Entrevista ao Diário de Coimbra-13/10/10

PRESIDENCIAIS

Fernando Nobre diz que país está perto da bancarrota

Fernando Nobre não ficou indiferente à “tragédia” social para a qual caminha Portugal e assumiu-se como candidato à Presidência da República.

Crê que o povo sabe que os “profissionais” da política colocaram o país numa situação de “grande sofrimento” e que, por isso, votarão em si a 23 de Janeiro.

Para já tem cinco dias e uma agenda preenchida para seduzir o eleitorado de Coimbra

Diário de Coimbra (DC): Iniciou ontem uma visita de cinco dias ao distrito que se insere numa “volta” a Portugal em 97 dias que pretende dar até Dezembro. Que balanço espera fazer desta passagem por Coimbra?


Fernando Nobre (FN): Até sábado passarei em dez concelhos, contactarei com autarcas, instituições, estudantes, pessoas de rua. O objectivo deste périplo, tanto no distrito de Coimbra como em todo o país, é ter um conhecimento muito mais aprofundado das realidades de Portugal. Não é que eu já não tivesse, porque, enquanto fundador e presidente da AMI, há dezenas de anos que percorro o país. Mas agora o objectivo é diferente: contactar com as forças vivas para ter um conhecimento profundo da realidade do nosso país.


DC Esta volta pelo país é a forma de um candidato que não está associado a nenhum partido seduzir o eleitorado?


FN: Sim. Candidatei-me a 19 de Fevereiro e, até aí, nenhum português me tinha visto como candidato a um cargo político, ao contrário de outros que há dezenas de anos andam metidos nestas andanças dos corredores do poder e da classe política. Candidato-me a Presidente da República porque este é o único órgão ao qual um cidadão independente como eu e com o meu percurso de vida tem legitimidade para se candidatar, porque poderei exercer funções com total equidistância e equidade em relação a todos os partidos políticos e porque tenho um conhecimento do mundo e de Portugal que não são vulgares, com toda a humildade. Por tudo isto, entendi que tinha de fazer uma aproximação aos cidadãos, uma campanha de proximidade.



DC O que é que move um médico, com o seu percurso profissional, com o prestígio que tem a nível nacional e internacional, a dar um passo destes?


FN: Entendi que o nosso país estava a caminhar para uma grande tragédia nacional em termos sociais. Toda a minha vida foi vivida na preocupação com o outro, na solidariedade. Se tenho uma marca identitária é essa. O nosso povo está a entrar em grande sofrimento e desde que eu me candidatei a forma como tem evoluído o nosso país só vem confirmar o que já pressentia. Estamos a caminho de uma grande crise social com mais desemprego, precariedade. Entendi que, face a isto, tinha chegado o momento de dar o meu contributo para tentar melhorar essas condições. Tenho direito legítimo para invocar como lemas fortes da minha candidatura a solidariedade, a cidadania, a necessidade de mudança, porque sempre foram esses os lemas da minha vida. Não os estou a invocar por mero oportunismo eleitoralista.

DC: Acredita que os eleitores vão estar consigo, que conseguirá romper com o estereótipo de que um candidato a um cargo político, mesmo ao de PR, tem de estar associado a um partido?


FN: O voto do povo é soberano. O povo português votará como entender. Eu estou neste combate, foi para isso que me candidatei. Entendi que tinha de ter um discurso de verdade para com os portugueses e dizer os problemas que já existem e os que se estão a avizinhar. O povo pode escolher ser governado pelos mesmos que levaram Portugal ao ponto em que está hoje, porque entende que só os políticos profissionais têm de gerir o Estado, mas o resultado está à vista. Estamos hoje a caminho de uma bancarrota, de uma falência do Estado. Estamos à beira da chegada do FMI. Se os portugueses entendem que devem continuar a confiar nos mesmos, então que votem em concordância com isso. Agora, se entendem que chegou a hora da mudança, da ruptura com um sistema que nos levou à beira de um precipício económico e social e que é preciso termos nos órgãos de soberania cidadãos com experiência de vida, com obra feita, estou aqui. Não sou um retórico. Se o povo quiser escolher retóricos vai ter opção. A minha vida sempre se definiu por trabalho e acção. Não tenho reformas vitalícias acumuladas. Não vou para Belém para ter um prémio de fim de carreira, nem para me refastelar num cadeirão, mas para continuar a percorrer o país, com força, determinação, vontade de fazer. O povo decidirá em consciência o que é melhor para ele.

DC Não o preocupa o facto de termos quatro candidatos para o eleitorado de esquerda?


FN: Eu fui o primeiro candidato, portanto, se alguém veio dividir foi quem veio depois. Na estrutura da minha candidatura estão pessoas de todos os quadrantes partidários, do PP ao “Bloco”. Estou aqui para unir os portugueses e não para entrar em quezílias estéreis, estereótipos, carimbagens. Isso é mais parte do problema do que parte da solução. E Portugal hoje precisa de solução. E nesse sentido, esta candidatura é transversal. Eu quero ter ao meu lado portugueses com mais-valia, de bem, com coluna vertebral, decididos a darem algo ao país, porque o país exige isso. Se alguém vem dividir não sou eu. Eu já cá estava quando os outros chegaram.

DC: As eleições estão marcadas para 23 de Janeiro. Afirmou que está confiante na vitória. Caso seja eleito, que Presidente da República será Fernando Nobre?


FN: Serei um Presidente da República justo, equitativo em relação a todos os partidos políticos porque nunca fiz parte de nenhum. Olho para eles todos da mesma maneira. Serei um Presidente da República interventivo, que utilizará todos os meios, todos os poderes que a Constituição me confere. Não vou abdicar de nenhum. Entendo que a Constituição da República confere poderes suficientes ao Presidente da República se ele quiser intervir. Ele tem funções próprias que lhe estão conferidas, mas depois pode, a título de exemplo, mandar mensagens específicas à Assembleia da República, convocá-la extraordinariamente, fazer mensagens muito claras ao povo português… Isso não tem sido feito.



Candidato satisfeito com apoio conimbrincense
Carlos Carranca (porta-voz da Comissão de Honra Distrital), Manuel Leitão Cruz (coordenador distrital), assim como Emília Martins, Isabel Garcia, Luís Goes, Manuel António, Virgílio Caseiro, entre muitos outros que integram a Comissão de Honra, são alguns das personalidades do distrito que apoiam Fernando Nobre na sua corrida à Presidência da República.
Um grupo de pessoas, divulgado ontem, que deixa o candidato satisfeito e confiante no combate político que se avizinha, não só porque vêm de vários quadrantes políticos, mas porque, como afirmou, «são pessoas altamente representativas da sociedade coimbrã e do distrito de Coimbra. São nomes que me honram muito, pessoas que eu contactei pessoalmente, de extrema mais-valia, portugueses de bem» que, como adiantou, o ajudarão a transmitir a mensagem de solidariedade e de esperança que acompanha a sua candidatura



Gastar dinheiro em cartazes é “obsceno”
Fernando Nobre diz que seria «obsceno», num «período de grande dificuldades económica e financeira para centenas e milhares de portugueses», a sua candidatura gastar «fortunas» em cartazes e que, por isso, este tipo de propaganda não fará parte da sua campanha para as eleições presidenciais. «Cada cartaz custa perto de 800 euros, portanto 500 cartazes são 400 mil euros e eu acho isso obsceno para a generalidade da população portuguesa», afirmou o candidato. A.M.

Cavaco devia ter sido “incisivo” na discussão do Orçamento


DC: Acha que os sucessivos Presidentes da República têm estado reprimidos na sua intervenção por estarem associados a um partido? Nomeadamente o professor Cavaco Silva? É uma crítica que lhe aponta?


FN: Acho que o professor Cavaco Silva, enquanto conhecedor da Economia e das Finanças e, pelo menos, desde a falência do Lemman Brothers devia ter sido muito mais incisivo, devia ter enviado mensagens à Assembleia da República, tê-la convocado extraordinariamente, assim como o Conselho de Estado. Devia ter dado ao país sinais claríssimos de alerta e não ter empurrado a solução dos problemas para os partidos políticos. Em vez disso, deixou extinguir o prazo em que podia tomar uma decisão, mesmo que radical. Por outro lado, também foi gerador de instabilidade nas relações entre instituições com a questão das escutas entre Belém e S. Bento, que está por explicar. Para além disso, fez com que Portugal andasse, em 2009, entretido com três actos eleitorais, que gastaram muito dinheiro do erário público e arrastaram a aprovação do Orçamento para 2010 para Maio deste ano.

DC No início desta semana, Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio apelaram ao bom-senso dos partidos para a aprovação do Orçamento de Estado, sob pena de o país cair numa “situação deplorável”. Pensa que, também aqui, o professor Cavaco Silva falhou na tentativa de união dos partidos em torno deste Orçamento de Estado?


FN: Sabemos que o país está numa situação difícil. Acho que precisa de um orçamento, embora não de um orçamento qualquer. Há que apelar ao bom-senso, ao diálogo e à convergência. Acho que o Presidente da República devia ter intervido de uma forma mais incisiva, discreta mais incisiva, nas conversas entre os lideres partidários, para lhes deixar bem claro, antes de ter esgotada a sua capacidade de intervenção, que queria a aprovação de um orçamento que respondesse às necessidades do país, mas que o protegesse de cair numa recessão, de ver aumentada a sua pobreza, a sua precariedade, o seu desemprego, porque é a isso que nós vamos assistir.

sexta-feira, outubro 08, 2010






Realizou-se no dia 4 de Outubro, , pelas 20 horas uma Serenata Monumental de Coimbra, na sede do Sport Clube Escolar Bombarralense, integrada no jantar comemorativo do 99.º aniversário do clube.

Cantores:
Augusto Camacho Vieira, “Tito” Costa Santos, Carlos Carranca e Luiz Goes.

Instrumentistas:
Guitarras : Alexandre Bateiras e António Agostinho
Violas: João Gomes e Carlos Lima

FERNANDO NOBRE
O PRESIDENTE DESEJADO OU O REGRESSO DA ESPERANÇA

Ah, meu povo traído,
Mansa colmeia
A que ninguém colhe o mel!…
Miguel Torga

Portugal não só está com um diagnóstico de doença complexa - longe vá o agoiro do prognóstico reservado -, como há já muito que sofre de maleitas sempre mal curadas. Ecografias e outros exames são claros: há muita corrupção de tecidos e obstruções sérias à circulação sanguínea, digo à realização da iniciativa e da inteligência nacionais. Trombos e outras anomalias têm feito grassar micróbios e bactérias que formam zonas nocivas de banalidade, de indigência mental, de falta de irrigação de humanismo nos locais de trabalho e uma progressiva e assustadora ausência (como quem perde glóbulos) de sensibilidade e de bom-senso para as coisas diárias e do verdadeiro sentimento do que é português e lusófono.
O Doutor Fernando Nobre sabe qual a medicação nacional de certos valores que nos podem salvar, ou pelo menos livrar-nos de cair na actual barbárie que já nos arreganha os dentes. Está atento entre o ter e o ser, com a preciosa tecnologia como instrumento dominado e não dominador, com bússolas nossas a indicar caminhos novos. Uma nação é como uma fábrica que tem sobretudo gente dentro. Fernando Nobre pode evitar que o já adiantado escorbuto nacional atinja tanto o corpo como a alma.
É preciso, de uma vez por todas, interiorizarmos que o novo paradigma mundial, ao contrário dos últimos dois séculos, não reclama apenas o cientismo como salvação da espécie humana, mas a reconversão dos valores da humanidade, sabiamente equilibrados com a ética científica e na total responsabilidade do cidadão, de qualquer cidadão, que o direito há-de garantir por todas as formas.
Ora, é no campo do humanismo, da sensibilidade e porventura de outros predicados, que um presidente pode ajudar a conduzir um país. Mas tudo ficaria ainda incompleto se a isto não juntasse convicção. E é fácil de ver que a longa e multifacetada carreira profissional de Fernando Nobre é a de um homem convicto, que está nos antípodas do carreirismo dos actuais políticos portugueses que geralmente nunca tiveram profissão. E, quando ocupam cargos públicos, também não consta que verdadeiramente professem, embora, quando são empossados, leiam um papel para todos ouvirem em directo televisivo.
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Fernando Nobre será tão convicto como Presidente da República, como tem sido na sua demanda de ajudar os outros a serem mais felizes e realizados. Poderá haver desígnio maior para um cargo de presidente do que alguém que sempre teve por nobre profissão deixar os outros num estado melhor do que os encontrou?
Podemos, legitimamente, perguntar se sensibilidade e sentido humanista serão suficientes para o desempenho de tão alto cargo. Não nos esqueçamos de todo o seu perfil: tem a seiva, fruto de um esforçado lavrar da vida, esse conhecimento a que Camões chamou «madre experiência».
O diverso, que não disperso, converge em Fernando Nobre numa unidade de tal forma que pode fazer dele o presidente mais singular da república portuguesa. Herdando os genes de um Fernão Mendes Pinto, peregrina ele pelo mundo, não apenas pela curiosidade geográfica ou outra, não por mero protocolo diplomático, mas como resposta ao apelo da dor dos que sofrem num qualquer recanto do mundo onde haja necessidade latejante do ser humano. Ora é aqui que a esperança encarna completamente.
Fernando Nobre é o exemplo do português universal que, como disse Agostinho da Silva, não se conteve e partiu, mas, por sopros e andanças do destino, regressa, ou melhor, está onde é preciso estar. Ele entendeu bem o sentido da frase pessoana «Minha pátria é a língua portuguesa», pois que esta pode transportar a ideia de pátria do chão onde se nasce para um outro, quando então o verbo guarda no tempo e exprime toda a essência de uma cultura. Fernando Nobre respira lusofonia. Não é um lusófono de gabinete. Conhece as variantes e variações do idioma português, sabe dos seus timbres, toca em muitos ramos frondosos nascidos do fértil tronco ou rumor da língua portuguesa. Para bem governar a sua gente, o bíblico rei Salomão rogou ao Criador por sabedoria. Nós pressentimos que Fernando Nobre tenha já em si atributos de confiança, serenidade e isenção, que com toda a certeza sabem ouvir as vozes do Povo. É natural que possa vir a ter também horas de interrogação, podendo sentir ou não necessidade de lembrar-se de Salomão.
Fernando Nobre é a esperança de um «plantador de naus a haver», das que nos levarão «às Índias Espirituais». Não desconhecerá por certo as pedras pontiagudas do mundo, que são muitas, e os muros menos visíveis que o betão. É a adrenalina da esperança que Fernando Nobre está a fazer crescer em nós e no país. Acreditamos que sente a vida intensa desta «mansa colmeia», há muito tempo esquecida, e lhe adivinha nova aventura no século XXI. Cremos que a olha como o fruto mais doce, porque obreira incansável de auréola luminosa na forma perfeita ainda da esfera armilar.

Coimbra, 5 de Outubro de 2010
Eduardo Aroso

quinta-feira, outubro 07, 2010

Deputado de Lamego


Quando passar numa das principais artérias da cidade de Lamego, não vai precisar de muita atenção para esbarrar numa original placa. Não se trata de um escritório de advogado, ou um consultório médico, nem mesmo de um gabinete de contabilidade, mas sim da novíssima profissão liberal de, imagine lá... deputado!! A mediocridade não enxerga além de si mesma, já dizia Doyle e, antigamente este tipo de pessoas recebiam apropriado adjectivo mas hoje, ainda que tal aconteça pouco lhes importa... já perderam a noção do ridículo e a vergonha!

terça-feira, outubro 05, 2010

Das ironias sem decretos e das coisas sérias da República

Eduardo Aroso

«Paz aos homens; guerra às ideias»
Sampaio Bruno

Comemorar a república que nunca existiu seria um acto mental dos mais corajosos, digno daquele de ir na demanda do que se pressente existir, mas ao qual ainda se não chegou. Para que se não dê azo a afirmações deste teor «a república de todos e de tolos». O mesmo é dizer-se que a fundar-se a quinta dinastia, teria que haver, não direi uma que nunca tivesse existido, mas pelo menos algo naquele espírito da Ínclita Geração, pois daí até agora, atravessando 1910 e chegando a 2010, já nada nos tem servido ao Sonho. O ministro de hoje que não sai do gabinete para o país que pulsa diariamente, não está muito longe dos monarcas que já não sabiam andar a cavalo nem dançavam com o Povo, nem por este eram aclamados.

Se, ainda que de modo tosco, nestes estéreis tempos embruxelados (não disse embruxados) concebêssemos uma nova Ínclita Geração, isso já realizaria muito satisfatoriamente a proposta do período inicial deste escrito: comemorar o que nunca existiu, melhor, o que pudesse vir a ser, na certeza de uma obra maior de aura universal. Acordar para o dia que não vem no calendário, o dos altos Fados que Deus tem para os Homens que d’ Ele se abeiram para a traçar a História, fazendo definitivamente uma nova tatuagem no espírito.

O facto de Portugal nunca estar verdadeiramente presente no hemiciclo de S. Bento, compreende-se pelo meio espaço. Quando muito, só lá anda metade, e mesmo assim seria preciso que os bancos da dita assembleia estivessem todos ocupados, coisa rara! Portanto, ou vamos para a «táctica do quadrado», como em Aljubarrota, ou fazemos o círculo completo, o sol. Isto estaria em perfeita harmonia com o espírito da nossa verdadeira História, sendo um dos seus símbolos a esfera armilar. Assim, só metendo obras a sério em S. Bento é que Portugal pode ocupar o centro, e um rei-desejado ou um presidente apetecido poderá presidir sabiamente aos nossos destinos. Se há frater há pater, e fraternidade não surge por decreto ou despacho interno. Liberdade, inseparável de justiça; quanto a igualdade, fazer uma adenda à constituição para explicitar melhor esse apetecido mas incompreensível quebra-cabeças.

Se não há firme resolução para obras, querendo o tal círculo inteiro, ficamos na lua, isto é, quando está por metade, na fase crescente, não aumenta mais do meio círculo, nunca chegando a lua cheia; se é na fase minguante, fica-se simplesmente pelo nome. Ora o verbo minguar, muito se tem conjugado entre nós. E como míngua rima com língua – neste caso de um modo com pouca frescura -, diríamos estar perante mais outro paradoxo português: o povo está sem papas na língua! Ou seja, se por um lado, muita gente desta classe (que muito parece importar à república, enquanto votante) está sem comida que lhe passe pela língua - o que as mães chamam carinhosamente a papa - por outro lado parece que o povo ainda tem papas na língua! Aqui podemos distinguir dois tipos de pessoas: as do povo (povão no Brasil e zé-povinho em Portugal), as que ainda não aprenderam de uma vez por todas a mandar à fava quem não lhes deixa cultivar a terra à vontade, quem as não deixa pescar nos oceanos que, mais do que embruxados e poluídos, estão embruxelados. No ano do centenário da república, há que atentar nos tempos inesperados e imprevisíveis, dar andamento a soluções, pois quando chegar o momento do próximo acto de votar podem todos «estar sem papas na língua»!

segunda-feira, outubro 04, 2010


Nasceu em 1933 em Coimbra, cidade onde se licenciou em medicina no ano de 1948. É uma das vozes mais emblemáticas de sempre da Canção de Coimbra e vem do tempo dos discos de 78 rotações por minuto. Foi colega de José Afonso e de António Portugal no liceu D. João III, de Coimbra e contemporâneo de Edmundo Bettencourt, Antônio Menano, Lucas Junot, Paradela de Oliveira, Almeida d'Eça e Artur Paredes.
Do tempo do disco gravado em espiras que rodavam 78 rotações por minuto até aos dias de hoje, Luiz Góes é, sem dúvida, um dos mais representativos intérpretes da canção de Coimbra.





Com Carlos Carranca, celebrando o 25 de Abril, num espectáculo da Associação 25 de Abril


Fotos de João Vasco


HOMEM SÓ, MEU IRMÃO

Tu, a quem a vida pouco deu
que deste o nada que foi teu em gestos desmedidos.
Tu, a quem ninguém estendeu a mão
e mendigas o pão dos teus sentidos
Homem só, meu irmão.
Tu que andas em busca da verdade
e só encontras falsidade em cada sentimento
Inventa, inventa amigo uma canção
que dure para além deste momento
Homem só, meu irmão.
Tu, que nesta vida te perdeste
e nunca a mitos te vendeste,
dura solidão!
Faz dessa solidão teu chão sagrado,
agarra bem teu leme ou teu arado,
Homem só, meu irmão.

Letra de Luiz Goes
Música de Luiz Goes
Canta Luiz Goes

É Preciso Acreditar - Luiz Goes