terça-feira, julho 03, 2007

OS CAMPOS DA MINHA TERRA

(Entre Coimbra e a Lousa)

à Virgínia

Os campos da minha terra,
são campos tristes, são ais,
entre veredas e a serra,
cerzidos de laranjais.

Oh, campos onde nasci!
Paisagem de neblina.
Mondego de luz, sorri
aos olhos dessa menina

que sonha frutos e aves
— abraços da natureza.
Oh, campos da minha terra,
razão da minha tristeza...

Serenatas de Novembro,
vozes de amor e guitarras...
Nasci do mês, e o que lembro,
são ânsias desencontradas.

Campos, eu vos bendigo!
— infância, luar sem lei —,
a vós regresso, abrigo,
pureza que eu já não sei.

in: O Espírito da Raiz