Quem se lembra da Académica?
Perante o seu estado calamitoso - segundo informação que a imprensa não se cansa de veicular - a Académica O.A.F. não precisa de equilibrar as contas, mas de uma revolução capaz de provocar uma catarse e um renascimento.
A Académica não traz consigo as suas marcas identitárias.
Sem estudantes e sem Academia., com uma caterva de políticos - gestores do bloco dos interesses -, parece um edifício prestes a ser implodido. Sem originalidade, sem força, sem carácter para criar algo seu, resta a fé clubística aos que do clube ainda guardam a memória.
Rebaixada e perdida, a Académica mais não faz do que dobrar-se diante dos agiotas, extinguindo-se gradualmente na justa proporção dos credores que se agigantam.
Esta Académica tem vindo a afastar os que mais a respeitam, os que lhe querem de verdade.
Há como que uma atmosfera intolerável, que se deposita nas almas, uma tristeza contínua.
Resta-nos a recordação de um tempo histórico como sensação da identidade conservada.
Um fundo de melancolia e de profunda desconfiança de si mesma vai enchendo o cenário da nossa representação.
Hoje somos assim.
Quem se lembra da Académica?
Carlos Carranca
Jornal Centro, 13 de Dezembro de 2006
Perante o seu estado calamitoso - segundo informação que a imprensa não se cansa de veicular - a Académica O.A.F. não precisa de equilibrar as contas, mas de uma revolução capaz de provocar uma catarse e um renascimento.
A Académica não traz consigo as suas marcas identitárias.
Sem estudantes e sem Academia., com uma caterva de políticos - gestores do bloco dos interesses -, parece um edifício prestes a ser implodido. Sem originalidade, sem força, sem carácter para criar algo seu, resta a fé clubística aos que do clube ainda guardam a memória.
Rebaixada e perdida, a Académica mais não faz do que dobrar-se diante dos agiotas, extinguindo-se gradualmente na justa proporção dos credores que se agigantam.
Esta Académica tem vindo a afastar os que mais a respeitam, os que lhe querem de verdade.
Há como que uma atmosfera intolerável, que se deposita nas almas, uma tristeza contínua.
Resta-nos a recordação de um tempo histórico como sensação da identidade conservada.
Um fundo de melancolia e de profunda desconfiança de si mesma vai enchendo o cenário da nossa representação.
Hoje somos assim.
Quem se lembra da Académica?
Carlos Carranca
Jornal Centro, 13 de Dezembro de 2006
1 Comments:
Caro Amigo,
A mística da Académica perdeu-se, como a de quase todos os outros clubes, incluindo a dos chamados grandes.
Desde que lhes deu a febre das Sociedades Anónimas,com Gestores a ganharem vencimentos de vedetas do Futebol,adeus colectividades e adeus bairrismos. Só alguns milhares de indefectíveis e demais turbas alienadas lhes permanecem fiéis. Veremos até quando.
Parabéns, pelo blogue, em particular pela referência a Unamuno, nome quase esquecido, em Portugal e não sei se também em Espanha. Espero bem que não.
Para quando a reedição da tradução portuguesa da Assírio e Alvim do seu formoso e ao mesmo tempo inquietante livro «Por Tierras de Portugal y de España» ?
Parabéns também pela cronologia conjunta de Unamuno, Torga e outros mais ou menos coevos.
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