Marcos Bio – Bibliográficos de Unamuno e de Torga
1864 — Nasceu em Bilbao, a 27 de Setembro, Miguel de Unam uno.
1874 - Assiste, durante a última guerra carlista, ao bombardeamento de Bilbao.
1880 - Termina o bacharelato e inicia os estudos universitários na Faculdade de Filosofia e Letras de Madrid.
1884 - Apresenta a sua tese de doctorado, Crítica áel Problema sobre el Origen y Prehistoria de Ia. Raza Vasca.
1889 - Primeira viagem ao estrangeiro (França, Suíça e Itália)
1890 - Casa com Concha Lizássara.
1891 - Obtém a cátedra de Língua e Literatura Gregas da
Universidade de Salamanca,
1895 — Publica En Torno ai Casticismo.
1897 — Crise religiosa. Publica Paz en Ia Guerra. 1900 - E eleito Reitor da Universidade de Salamanca.
- Escreve o artigo Turrieburnismo, em que fala de Guerra Junqueiro.
1904 - Primeira viagem a Portugal. Em Coimbra conhece o professor universitário e poeta Eugênio de Castro.
1905 - Publica Vida, de Don Quijote y Sancho. 1906 - Visita a cidade do Porto.
1907 - Viagem ao norte de Portugal, ficando instalado em Amarante, em casa do poeta Teixeira de Pascoaes, no Solar de Gatão. Publica o seu primeiro livro de versos Poesia.
- A 12 de Agosto nasce na aldeia de São Martinho de Anta
(concelho de Sabrosa, província de Trás-os-Montes) Adolfo Correia da Rocha (Miguel Torga). Teixeira de Pascoaes publica As Sombras e Sampaio Bruno A Questão Religiosa.
1908 - Passa férias de verão com a família em Espinho, onde conhece Manuel Laranjeira, prosador português que terá grande influência na sua visão pessimista de Portugal.
- O rei de Portugal, D. Carlos, e o príncipe herdeiro, Luís
Filipe, são assassinados em Lisboa por Buiça e Alfredo
Costa.
- Ano da morte de sua mãe.
- Regressa a Portugal e viaja pela primeira vez a Lisboa.
1909 - Unamuno realiza duas viagens a Portugal: passa a Semana
Santa em Viseu, e o mês de Junho no Porto.
— Teixeira de Pascoaes publica Senhora da Noite.
1910 - Unamuno regressa mais duas vezes a Portugal: visita Leixões e a Serra da Estrela.
— Publica Mi religion y otros ensayos.
— A 5 de Outubro dá-se a proclamação da República.
- O rei D. Manuel II parte para o exílio.
1911 - Unam uno publica Por Tierras de Portugal y de Espana e
Rosário de Sonetos Líricos.
— Em Portugal é fundada, na cidade do Porto, a revista
Águia., órgão do movimento cultural Renascença
Portuguesa, que assenta no saudosismo e tem como
propósito restituir Portugal à consciência dos seus valores
espirituais próprios. Leonardo Coimbra, Jaime Cortesão
e Teixeira de Pascoaes são as suas figuras tutelares.
- Decretada a lei de separação da Igreja do Estado.
1912 — Unamuno publica Contra esto y Aquello.
- Pascoaes publica Regresso ao Paraíso.
1913 — Unamuno publica Del Sentimento Trágico de Ia Vida.
— Miguel Torga entra na escola primária.
— Pascoaes publica o texto da conferência O Génio Português
na sua expressão Filosófica, Poética e Religiosa.
1914 — Unamuno passa férias de verão com a família em Portugal,
na Figueira da Foz.
— E expulso da Reitoria.
- Publica Niebla.
- Lê no Ateneo de Madrid El Cristo de Velázquez.
- Pascoaes publica Verbo Escuro.
1915 — Unamuno é candidato a concejalpor Salamanca.
— Em Portugal é publicado o primeiro número da revista
modernista Orpheu.
— Pascoaes publica Arte de Ser Português.
- Em Portugal instala-se a ditadura de Pimenta de Castro.
1917 - Unamuno publica Abel Sánchez.
— Miguel Torga conclui com distinção o exame da Instrução Primária (4a classe), em Sabrosa. Em Portugal, a 13 de Maio surge a primeira aparição da Virgem, em Fátima e a 5 de Dezembro, instala-se a ditadura de Sidónio Pais.
1918 — Torga matricula-se no Seminário de Lamego.
Pascoaes é convidado, em nome do Instituí de Estúdios Catalans Eugênio D'Ors, a ir a Barcelona fazer uma série de conferências sobre a poesia portuguesa.
- A 14 de Dezembro Sidónio Pais é assassinado na Estação do Rossio, em Lisboa.
1920 - Torga emigra para o Brasil, onde vai trabalhar na fazenda de Santa Cruz (Estado de Minas Gerais).
1921 1922
- Unamuno publica La tia Tuia.
Unamuno publica Andanzas y Visiones Espanolas.
Os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral fazem
a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
1923
Unamuno manifesta forte oposição ao rei de Espanha e
à ditadura de Primo de Rivera.
1924 -
Unamuno é desterrado para Fuerteventura. Foge para França.
— Torga escreve os seus primeiros versos, no Brasil.
- Pascoaes publica, em parceria com Raul Brandão, uma
peça de teatro intitulada/Em? Cristo em Lisboa.
1925 - Unamuno vai viver para Hendaya.
- Publica El Cristo de Velázquez.
— Torga regressa do Brasil. Retoma os estudos e faz o Curso
dos Liceus, em Coimbra.
- José Régio publica Poemas de Deus e do Diabo.
1926 - Em Portugal, a 28 de Maio, é instaurada a ditadura, mais
tarde designada por Estado Novo.
1927 — Surge em Coimbra o primeiro número da Folha de Arte
e Crítica Presença, onde Torga, ainda utilizando o seu nome de baptismo, Adolfo Rocha, mais tarde virá a colaborar. Esta revista, bandeira do segundo modernismo,
é dirigida por José Régio, Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões.
1928 - Unamuno publica Romancero DelDestierro.
— Torga inicia os seus estudos em Medicina, na
Universidade de Coimbra, e publica o primeiro livro de
poemas, Ansiedade.
- Teixeira de Pascoaes publica Livro de Memórias.
— Salazar é nomeado ministro das Finanças.
1929 — Torga inicia a sua colaboração na Presença.
1930 — Unamuno regressa triunfalmente do exílio.
— Torga publica o seu segundo livro de versos Rampa.
Branquinho da Fonseca, Edmundo Bettencourt e Torga rompem com a Presença.
1931 - Unamuno é candidato, nas eleições municipais, pela coligação republicana-socialista,
A 14 de Abril, é proclamada a República.
Unamuno é deputado às Cortes.
Torga publica Tributo, mais um livro de poesia e Pão
Ázimo, seu primeiro livro em prosa.
Unamuno é nomeado académico de Ia Lengua.
1932 - Em Espanha falha a sublevação militar do general
Sanjurjo.
— Torga publica Abismo (poesia).
— Carmona (Presidente da República Portuguesa) encarrega
Oliveira Salazar de formar Governo.
Unamuno publica San Manuel Bueno, mártir.
1933 - Torga conclui o curso de Medicina e começa a exercer na
sua terra natal, S. Maninho de Anta.
1934 - E conferido a Unamuno o doutoramento honoris causa, pela Universidade de Grenoble.
- Morre sua mulher.
- Torga publica o livro em prosa A Terceira Voz, onde
adopta, pela primeira vez, o pseudónimo de Miguel
Torga, em homenagem a três escritores ibéricos - Miguel
de Cervantes, Miguel de Molinos e Miguel de Unamuno
— e a um arbusto que nasce entre as rochas montanhosas da sua terra, a torga.
— Fernando Pessoa publica o seu único livro em vida,
Mensagem.
1935 - Unamuno é nomeado cidadão de honra da República
Espanhola.
— Realiza a sua última viagem a Portugal (Lisboa).
1936 - Unamuno morre («desnasce») a 31 de Dezembro, em
Salamanca. Na altura encontrava-se em prisão domiciliária, em resultado da sua atitude perante o general de Franco, Millán Astray, na cerimónia de Abertura Oficial do Ano Lectivo da Universidade de Salamanca. Cinco meses antes do falecimento do poeta, tinha eclodido a Guerra Civil.
— Como viria a escrever Torga Fiel a si próprio, na hora
essencial não hesitara. Entre o silêncio cobarde e a retórica
conivente, escolhera o tom natural da sua voz: o protesto
desassombrado — yo pertenezco ai regimen eterno... —
proclamara um dia. E nessa condição se finara, livre e
reencontrado. Místico sem Deus, enraizado numa Espanha que lhe doía, atravessara os anos devorado pela fome de absoluto. E desse absoluto morrera sacramentado. '
1937 Miguel Torga publica/A Criação do Mundo (Primeiro e
Segundo Dias), romance auto-biográfico.
Inicia uma viagem que o leva a Espanha, Itália, França e Bélgica, atravessando a Espanha franquista em plena guerra civil.
— Pascoaes publica Homem Universal.
1 Miguel Torga, A Criação do Mundo (Quarto Dia), Edição Nova Fronteira, Brasil, 1998, pág. 306.
1938 - Torga publica O Terceiro Dia de A Criação do Mundo. Obtém a especialização em otorrinolaringologia. Salazar reconhece Franco como Chefe do Estado
Espanhol.
Nicolás Franco é nomeado Embaixador em Lisboa.
1939 - Torga publica O Quarto Dia. de A Criação do Mundo e a obra é, de imediato, apreendida. O poeta é detido e conduzido à prisão do Aljube, em Lisboa. Esta detenção ficou a dever-se a um pedido de Nicolás Franco a Salazar, pelo conteúdo da obra que focava a viagem que Torga efectuara no ano de 1937 a Espanha, Itália, França e Bélgica.
1940 - No Aljube, é visitado pela belga Andrée Jeanne Françoise Crabbé, a quem fora apresentado por Vitonno Nemésio (grande admirador deUnamuno). Casaram civilmente a 27 de Julho, em Coimbra. Torga edita Bichos.
- Os governos de Portugal e de Espanha firmam o Tratado
de Amizade e Não Agressão, conhecido por Pacto
Ibérico.
- Fixa consultório num primeiro andar do Largo da
Portagem, em Coimbra,
1941 – Publica contos da Montanha, o primeiro volume de
Diário e os dramas Terra Firme e Mar.
- Imprime a conferência Um Reino Maravilhoso (Trás-os-
Montes).
— A PIDE (polícia política) apreende os Contos da Montanha que virão, mais tarde, a ser editados no Brasil.
1942 - Publica Rua (contos).
— Salazar encontra-se com Franco em Sevilha e concertam
a política peninsular relativa à Segunda Guerra Mundial.
1943 — Surgem as obras Lamentação (poesia), O Senhor Ventura
(novela) e o segundo volume do Diário.
1944 — Torga publica Libertação (poesia), Novos Contos da
Montanha e a conferência O Porto.
1945 — E publicado o romance Vindima.
- Sua mulher é nomeada professora da Faculdade de Letras
de Lisboa.
— Teixeira de Pascoaes publica Santo Agostinho.
1946 — Aparecem nas bancadas das livrarias Odes e o terceiro
volume do Diário.
1947 - Miguel Torga publica o poema dramático Sinfonia.
- Sua mulher é expulsa da Faculdade.
1948 - Ano da morte de sua mãe, Maria da Conceição Barros.
— Ê dado à estampa o livro de poemas NihilSibi.
1949 — Surge o quarto volume do Diário.
- Publica, ainda, o drama O Paraíso.
— Franco é distinguido com o título de doutor Honoris
Causa pela Universidade de Coimbra.
1950 — Publica Cântico do Homem (poemas) e Portugal.
— Realiza a segunda viagem pela Europa.
1951 - Surgem nas livrarias os livros Pedras Lavradas e Diário
(quinto volume).
A 31 de Março a Academia de Coimbra organiza uma significativa homenagem ao poeta Teixeira de Pascoaes. Torga esteve presente.
Publica Alguns Poemas Ibéricos.
1952 - Ano da morte de Teixeira de Pascoaes, a 14 de Dezembro, no Solar de S. João de Gatão.
1953 - Sai o sexto volume do Diário.
Viagem pela Grécia, Turquia e Norte de África.
1954 - Publica o livro de poesia Penas de Purgatório.
É-lhe atribuído o prémio Almeida Garrett, no centenário
da morte do escritor. Recusa-o.
Viaja ao Brasil e profere conferências em Minas e no Rio
de Janeiro.
Visita as ilhas Canárias.
1955 - Publica Traço de União (prosa).
— Nasce a sua filha, Clara: Um filho tem pelo menos esta vantagem: obriga-nos a olhar para fora de nós (Diário — VIII),
1956 - Sétimo volume do Diário.
— Morte de seu pai, Francisco Correia Rocha, no mês de
Abril.
1958 Publica Orfeu Rebelde.
— Humberto Delgado é candidato oficial da Oposição Democrática à Presidência da República.
1959 - A censura apreende o oitavo volume do Diário, que
acabara de sair.
1960 - Torga é proposto à Academia Sueca, por um professor
da Universidade de Montpellier, como candidato ao Prémio Nobel da Literatura.
1961 - Viagem de Torga a Verín (Espanha).
— Rebenta, em Angola, a guerra colonial portuguesa.
1962 - Publicação de Câmara Ardente (poesia).
- Viaja de novo a Espanha.
1964 1965
— É publicado o nono volume do Diário.
Surge, nas livrarias, Poemas Ibéricos.
O general Humberto Delgado é assassinado pela PIDE,
em Villanueva dei Fresno, junto à fronteira de Portugal.
Torga discursa, em Coimbra, no Colóquio Internacional Comemorativo do Centenário da Abolição da Pena de Morte.
1968 - Publicação do décimo volume do Diário.
- Em virtude de doença súbita de Oliveira Salazar, a 26 de Setembro é indigitado Presidente do Conselho o professor Marcelo Caetano.
1969 — Recusa o Grande Prémio Nacional de Literatura, por ser
atribuído pelo regime salazarista. — Torga recebe o prémio literário Diário de Notícias.
1970 - Readmissão de sua mulher na Universidade de Lisboa. A 27 de Julho, morre o ditador Oliveira Salazar.
1973 - Publica o décimo primeiro volume do Diário e, no mês de Maio, inicia uma viagem a Angola e a Moçambique.
1974 - A 25 de Abril dá-se a Revolução dos Cravos. Em Maio surge nas montras das livrarias O Quinto Dia de A Criação do Mundo. Escreve a l de Maio: Colossal cortejo pelas ruas da cidade. (...) Há horas que são de todos. Porque não havia aquela de ser minha? (Diário XII).
1975 - A 27 de Setembro Miguel Torga pronuncia, pela rádio, um vibrante discurso condenando as execuções levadas a cabo em Espanha pelo regime do Generalíssimo Franco.
1976 - Edita o volume Fogo Preso, que reúne entrevistas, conferências e alocuções.
- É galardoado com o Prémio Internacional de Poesia da XII Bienal de Poesia de Knokke-Heist, na Bélgica.
1977 - Publica o décimo segundo volume do Diário.
1978 — E, de novo, proposto ao Prémio Nobel da Literatura.
- Cumpre cinquenta anos de actividade literária e é
homenageado, em Lisboa, na sede da Fundação Calouste
Gulbenkian.
1979 - Nova homenagem, desta vez por iniciativa do Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
1980 — E-lhe atribuído o Prémio Morgado Mateus, ex-aequocom
o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade.
1981 - Publica O Sexto Dia de A Criação do Mundo.
— E distinguido com o Prémio Montaigne, patrocinado pela
Fundação PVS de Hamburgo.
1983 - Sai o décimo terceiro volume do Diário.
1984 — Torga visita o México, no mês de Março.
1987 - Sai o décimo quarto volume do Diário e Camões (conferência).
— E editado um disco de poemas deTorga, ditos pelo autor.
— O jornal espanhol Diário 16 publica no suplemento
Culturas (n° 127), a entrevista Miguel, Torga: contra
editores, periodistas y profesores.
— Torga viaja até ao oriente e visita Macau, onde dá unia
conferência.
1989 — Recebe o Prémio Camões, o mais importante galardão
em língua portuguesa, pela primeira vez atribuído.
1990 — Sai o décimo quarto volume do Diário.
- E homenageado pelo Goéthe Instituí de Coimbra.
1992 — A Associação Portuguesa de Escritores propõe, de novo,
Miguel Torga como candidato ao Nobel da Literatura.
— E distinguido com mais dois prémios nacionais: o Prémio
Vida. Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, e
o Prémio Figura do Ano, da Associação dos Correspon¬dentes da Imprensa Estrangeira.
- O Salão do Livro de Bordéus atribui-lhe o Prémio Ecureuil de Literatura Estrangeira.
1993 — Publica o último volume do Diário, o décimo sexto.
1994 - Por iniciativa da Universidade Fernando Pessoa, realiza-
se no Porto, a 5 de Março, um congresso internacional dedicado a Torga.
1995 - Morre, a 17 de Janeiro, no Hospital de Oncologia de
Coimbra. Foi sepultado em S. Martinho de Anta, em campa rasa, junto da qual uma torga, ali plantada em sua homenagem, enraizou de novo.
1864 — Nasceu em Bilbao, a 27 de Setembro, Miguel de Unam uno.
1874 - Assiste, durante a última guerra carlista, ao bombardeamento de Bilbao.
1880 - Termina o bacharelato e inicia os estudos universitários na Faculdade de Filosofia e Letras de Madrid.
1884 - Apresenta a sua tese de doctorado, Crítica áel Problema sobre el Origen y Prehistoria de Ia. Raza Vasca.
1889 - Primeira viagem ao estrangeiro (França, Suíça e Itália)
1890 - Casa com Concha Lizássara.
1891 - Obtém a cátedra de Língua e Literatura Gregas da
Universidade de Salamanca,
1895 — Publica En Torno ai Casticismo.
1897 — Crise religiosa. Publica Paz en Ia Guerra. 1900 - E eleito Reitor da Universidade de Salamanca.
- Escreve o artigo Turrieburnismo, em que fala de Guerra Junqueiro.
1904 - Primeira viagem a Portugal. Em Coimbra conhece o professor universitário e poeta Eugênio de Castro.
1905 - Publica Vida, de Don Quijote y Sancho. 1906 - Visita a cidade do Porto.
1907 - Viagem ao norte de Portugal, ficando instalado em Amarante, em casa do poeta Teixeira de Pascoaes, no Solar de Gatão. Publica o seu primeiro livro de versos Poesia.
- A 12 de Agosto nasce na aldeia de São Martinho de Anta
(concelho de Sabrosa, província de Trás-os-Montes) Adolfo Correia da Rocha (Miguel Torga). Teixeira de Pascoaes publica As Sombras e Sampaio Bruno A Questão Religiosa.
1908 - Passa férias de verão com a família em Espinho, onde conhece Manuel Laranjeira, prosador português que terá grande influência na sua visão pessimista de Portugal.
- O rei de Portugal, D. Carlos, e o príncipe herdeiro, Luís
Filipe, são assassinados em Lisboa por Buiça e Alfredo
Costa.
- Ano da morte de sua mãe.
- Regressa a Portugal e viaja pela primeira vez a Lisboa.
1909 - Unamuno realiza duas viagens a Portugal: passa a Semana
Santa em Viseu, e o mês de Junho no Porto.
— Teixeira de Pascoaes publica Senhora da Noite.
1910 - Unamuno regressa mais duas vezes a Portugal: visita Leixões e a Serra da Estrela.
— Publica Mi religion y otros ensayos.
— A 5 de Outubro dá-se a proclamação da República.
- O rei D. Manuel II parte para o exílio.
1911 - Unam uno publica Por Tierras de Portugal y de Espana e
Rosário de Sonetos Líricos.
— Em Portugal é fundada, na cidade do Porto, a revista
Águia., órgão do movimento cultural Renascença
Portuguesa, que assenta no saudosismo e tem como
propósito restituir Portugal à consciência dos seus valores
espirituais próprios. Leonardo Coimbra, Jaime Cortesão
e Teixeira de Pascoaes são as suas figuras tutelares.
- Decretada a lei de separação da Igreja do Estado.
1912 — Unamuno publica Contra esto y Aquello.
- Pascoaes publica Regresso ao Paraíso.
1913 — Unamuno publica Del Sentimento Trágico de Ia Vida.
— Miguel Torga entra na escola primária.
— Pascoaes publica o texto da conferência O Génio Português
na sua expressão Filosófica, Poética e Religiosa.
1914 — Unamuno passa férias de verão com a família em Portugal,
na Figueira da Foz.
— E expulso da Reitoria.
- Publica Niebla.
- Lê no Ateneo de Madrid El Cristo de Velázquez.
- Pascoaes publica Verbo Escuro.
1915 — Unamuno é candidato a concejalpor Salamanca.
— Em Portugal é publicado o primeiro número da revista
modernista Orpheu.
— Pascoaes publica Arte de Ser Português.
- Em Portugal instala-se a ditadura de Pimenta de Castro.
1917 - Unamuno publica Abel Sánchez.
— Miguel Torga conclui com distinção o exame da Instrução Primária (4a classe), em Sabrosa. Em Portugal, a 13 de Maio surge a primeira aparição da Virgem, em Fátima e a 5 de Dezembro, instala-se a ditadura de Sidónio Pais.
1918 — Torga matricula-se no Seminário de Lamego.
Pascoaes é convidado, em nome do Instituí de Estúdios Catalans Eugênio D'Ors, a ir a Barcelona fazer uma série de conferências sobre a poesia portuguesa.
- A 14 de Dezembro Sidónio Pais é assassinado na Estação do Rossio, em Lisboa.
1920 - Torga emigra para o Brasil, onde vai trabalhar na fazenda de Santa Cruz (Estado de Minas Gerais).
1921 1922
- Unamuno publica La tia Tuia.
Unamuno publica Andanzas y Visiones Espanolas.
Os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral fazem
a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
1923
Unamuno manifesta forte oposição ao rei de Espanha e
à ditadura de Primo de Rivera.
1924 -
Unamuno é desterrado para Fuerteventura. Foge para França.
— Torga escreve os seus primeiros versos, no Brasil.
- Pascoaes publica, em parceria com Raul Brandão, uma
peça de teatro intitulada/Em? Cristo em Lisboa.
1925 - Unamuno vai viver para Hendaya.
- Publica El Cristo de Velázquez.
— Torga regressa do Brasil. Retoma os estudos e faz o Curso
dos Liceus, em Coimbra.
- José Régio publica Poemas de Deus e do Diabo.
1926 - Em Portugal, a 28 de Maio, é instaurada a ditadura, mais
tarde designada por Estado Novo.
1927 — Surge em Coimbra o primeiro número da Folha de Arte
e Crítica Presença, onde Torga, ainda utilizando o seu nome de baptismo, Adolfo Rocha, mais tarde virá a colaborar. Esta revista, bandeira do segundo modernismo,
é dirigida por José Régio, Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões.
1928 - Unamuno publica Romancero DelDestierro.
— Torga inicia os seus estudos em Medicina, na
Universidade de Coimbra, e publica o primeiro livro de
poemas, Ansiedade.
- Teixeira de Pascoaes publica Livro de Memórias.
— Salazar é nomeado ministro das Finanças.
1929 — Torga inicia a sua colaboração na Presença.
1930 — Unamuno regressa triunfalmente do exílio.
— Torga publica o seu segundo livro de versos Rampa.
Branquinho da Fonseca, Edmundo Bettencourt e Torga rompem com a Presença.
1931 - Unamuno é candidato, nas eleições municipais, pela coligação republicana-socialista,
A 14 de Abril, é proclamada a República.
Unamuno é deputado às Cortes.
Torga publica Tributo, mais um livro de poesia e Pão
Ázimo, seu primeiro livro em prosa.
Unamuno é nomeado académico de Ia Lengua.
1932 - Em Espanha falha a sublevação militar do general
Sanjurjo.
— Torga publica Abismo (poesia).
— Carmona (Presidente da República Portuguesa) encarrega
Oliveira Salazar de formar Governo.
Unamuno publica San Manuel Bueno, mártir.
1933 - Torga conclui o curso de Medicina e começa a exercer na
sua terra natal, S. Maninho de Anta.
1934 - E conferido a Unamuno o doutoramento honoris causa, pela Universidade de Grenoble.
- Morre sua mulher.
- Torga publica o livro em prosa A Terceira Voz, onde
adopta, pela primeira vez, o pseudónimo de Miguel
Torga, em homenagem a três escritores ibéricos - Miguel
de Cervantes, Miguel de Molinos e Miguel de Unamuno
— e a um arbusto que nasce entre as rochas montanhosas da sua terra, a torga.
— Fernando Pessoa publica o seu único livro em vida,
Mensagem.
1935 - Unamuno é nomeado cidadão de honra da República
Espanhola.
— Realiza a sua última viagem a Portugal (Lisboa).
1936 - Unamuno morre («desnasce») a 31 de Dezembro, em
Salamanca. Na altura encontrava-se em prisão domiciliária, em resultado da sua atitude perante o general de Franco, Millán Astray, na cerimónia de Abertura Oficial do Ano Lectivo da Universidade de Salamanca. Cinco meses antes do falecimento do poeta, tinha eclodido a Guerra Civil.
— Como viria a escrever Torga Fiel a si próprio, na hora
essencial não hesitara. Entre o silêncio cobarde e a retórica
conivente, escolhera o tom natural da sua voz: o protesto
desassombrado — yo pertenezco ai regimen eterno... —
proclamara um dia. E nessa condição se finara, livre e
reencontrado. Místico sem Deus, enraizado numa Espanha que lhe doía, atravessara os anos devorado pela fome de absoluto. E desse absoluto morrera sacramentado. '
1937 Miguel Torga publica/A Criação do Mundo (Primeiro e
Segundo Dias), romance auto-biográfico.
Inicia uma viagem que o leva a Espanha, Itália, França e Bélgica, atravessando a Espanha franquista em plena guerra civil.
— Pascoaes publica Homem Universal.
1 Miguel Torga, A Criação do Mundo (Quarto Dia), Edição Nova Fronteira, Brasil, 1998, pág. 306.
1938 - Torga publica O Terceiro Dia de A Criação do Mundo. Obtém a especialização em otorrinolaringologia. Salazar reconhece Franco como Chefe do Estado
Espanhol.
Nicolás Franco é nomeado Embaixador em Lisboa.
1939 - Torga publica O Quarto Dia. de A Criação do Mundo e a obra é, de imediato, apreendida. O poeta é detido e conduzido à prisão do Aljube, em Lisboa. Esta detenção ficou a dever-se a um pedido de Nicolás Franco a Salazar, pelo conteúdo da obra que focava a viagem que Torga efectuara no ano de 1937 a Espanha, Itália, França e Bélgica.
1940 - No Aljube, é visitado pela belga Andrée Jeanne Françoise Crabbé, a quem fora apresentado por Vitonno Nemésio (grande admirador deUnamuno). Casaram civilmente a 27 de Julho, em Coimbra. Torga edita Bichos.
- Os governos de Portugal e de Espanha firmam o Tratado
de Amizade e Não Agressão, conhecido por Pacto
Ibérico.
- Fixa consultório num primeiro andar do Largo da
Portagem, em Coimbra,
1941 – Publica contos da Montanha, o primeiro volume de
Diário e os dramas Terra Firme e Mar.
- Imprime a conferência Um Reino Maravilhoso (Trás-os-
Montes).
— A PIDE (polícia política) apreende os Contos da Montanha que virão, mais tarde, a ser editados no Brasil.
1942 - Publica Rua (contos).
— Salazar encontra-se com Franco em Sevilha e concertam
a política peninsular relativa à Segunda Guerra Mundial.
1943 — Surgem as obras Lamentação (poesia), O Senhor Ventura
(novela) e o segundo volume do Diário.
1944 — Torga publica Libertação (poesia), Novos Contos da
Montanha e a conferência O Porto.
1945 — E publicado o romance Vindima.
- Sua mulher é nomeada professora da Faculdade de Letras
de Lisboa.
— Teixeira de Pascoaes publica Santo Agostinho.
1946 — Aparecem nas bancadas das livrarias Odes e o terceiro
volume do Diário.
1947 - Miguel Torga publica o poema dramático Sinfonia.
- Sua mulher é expulsa da Faculdade.
1948 - Ano da morte de sua mãe, Maria da Conceição Barros.
— Ê dado à estampa o livro de poemas NihilSibi.
1949 — Surge o quarto volume do Diário.
- Publica, ainda, o drama O Paraíso.
— Franco é distinguido com o título de doutor Honoris
Causa pela Universidade de Coimbra.
1950 — Publica Cântico do Homem (poemas) e Portugal.
— Realiza a segunda viagem pela Europa.
1951 - Surgem nas livrarias os livros Pedras Lavradas e Diário
(quinto volume).
A 31 de Março a Academia de Coimbra organiza uma significativa homenagem ao poeta Teixeira de Pascoaes. Torga esteve presente.
Publica Alguns Poemas Ibéricos.
1952 - Ano da morte de Teixeira de Pascoaes, a 14 de Dezembro, no Solar de S. João de Gatão.
1953 - Sai o sexto volume do Diário.
Viagem pela Grécia, Turquia e Norte de África.
1954 - Publica o livro de poesia Penas de Purgatório.
É-lhe atribuído o prémio Almeida Garrett, no centenário
da morte do escritor. Recusa-o.
Viaja ao Brasil e profere conferências em Minas e no Rio
de Janeiro.
Visita as ilhas Canárias.
1955 - Publica Traço de União (prosa).
— Nasce a sua filha, Clara: Um filho tem pelo menos esta vantagem: obriga-nos a olhar para fora de nós (Diário — VIII),
1956 - Sétimo volume do Diário.
— Morte de seu pai, Francisco Correia Rocha, no mês de
Abril.
1958 Publica Orfeu Rebelde.
— Humberto Delgado é candidato oficial da Oposição Democrática à Presidência da República.
1959 - A censura apreende o oitavo volume do Diário, que
acabara de sair.
1960 - Torga é proposto à Academia Sueca, por um professor
da Universidade de Montpellier, como candidato ao Prémio Nobel da Literatura.
1961 - Viagem de Torga a Verín (Espanha).
— Rebenta, em Angola, a guerra colonial portuguesa.
1962 - Publicação de Câmara Ardente (poesia).
- Viaja de novo a Espanha.
1964 1965
— É publicado o nono volume do Diário.
Surge, nas livrarias, Poemas Ibéricos.
O general Humberto Delgado é assassinado pela PIDE,
em Villanueva dei Fresno, junto à fronteira de Portugal.
Torga discursa, em Coimbra, no Colóquio Internacional Comemorativo do Centenário da Abolição da Pena de Morte.
1968 - Publicação do décimo volume do Diário.
- Em virtude de doença súbita de Oliveira Salazar, a 26 de Setembro é indigitado Presidente do Conselho o professor Marcelo Caetano.
1969 — Recusa o Grande Prémio Nacional de Literatura, por ser
atribuído pelo regime salazarista. — Torga recebe o prémio literário Diário de Notícias.
1970 - Readmissão de sua mulher na Universidade de Lisboa. A 27 de Julho, morre o ditador Oliveira Salazar.
1973 - Publica o décimo primeiro volume do Diário e, no mês de Maio, inicia uma viagem a Angola e a Moçambique.
1974 - A 25 de Abril dá-se a Revolução dos Cravos. Em Maio surge nas montras das livrarias O Quinto Dia de A Criação do Mundo. Escreve a l de Maio: Colossal cortejo pelas ruas da cidade. (...) Há horas que são de todos. Porque não havia aquela de ser minha? (Diário XII).
1975 - A 27 de Setembro Miguel Torga pronuncia, pela rádio, um vibrante discurso condenando as execuções levadas a cabo em Espanha pelo regime do Generalíssimo Franco.
1976 - Edita o volume Fogo Preso, que reúne entrevistas, conferências e alocuções.
- É galardoado com o Prémio Internacional de Poesia da XII Bienal de Poesia de Knokke-Heist, na Bélgica.
1977 - Publica o décimo segundo volume do Diário.
1978 — E, de novo, proposto ao Prémio Nobel da Literatura.
- Cumpre cinquenta anos de actividade literária e é
homenageado, em Lisboa, na sede da Fundação Calouste
Gulbenkian.
1979 - Nova homenagem, desta vez por iniciativa do Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
1980 — E-lhe atribuído o Prémio Morgado Mateus, ex-aequocom
o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade.
1981 - Publica O Sexto Dia de A Criação do Mundo.
— E distinguido com o Prémio Montaigne, patrocinado pela
Fundação PVS de Hamburgo.
1983 - Sai o décimo terceiro volume do Diário.
1984 — Torga visita o México, no mês de Março.
1987 - Sai o décimo quarto volume do Diário e Camões (conferência).
— E editado um disco de poemas deTorga, ditos pelo autor.
— O jornal espanhol Diário 16 publica no suplemento
Culturas (n° 127), a entrevista Miguel, Torga: contra
editores, periodistas y profesores.
— Torga viaja até ao oriente e visita Macau, onde dá unia
conferência.
1989 — Recebe o Prémio Camões, o mais importante galardão
em língua portuguesa, pela primeira vez atribuído.
1990 — Sai o décimo quarto volume do Diário.
- E homenageado pelo Goéthe Instituí de Coimbra.
1992 — A Associação Portuguesa de Escritores propõe, de novo,
Miguel Torga como candidato ao Nobel da Literatura.
— E distinguido com mais dois prémios nacionais: o Prémio
Vida. Literária, da Associação Portuguesa de Escritores, e
o Prémio Figura do Ano, da Associação dos Correspon¬dentes da Imprensa Estrangeira.
- O Salão do Livro de Bordéus atribui-lhe o Prémio Ecureuil de Literatura Estrangeira.
1993 — Publica o último volume do Diário, o décimo sexto.
1994 - Por iniciativa da Universidade Fernando Pessoa, realiza-
se no Porto, a 5 de Março, um congresso internacional dedicado a Torga.
1995 - Morre, a 17 de Janeiro, no Hospital de Oncologia de
Coimbra. Foi sepultado em S. Martinho de Anta, em campa rasa, junto da qual uma torga, ali plantada em sua homenagem, enraizou de novo.
2 Comments:
Apenas hoje "apanhei" o teu blog. Uma falha grave da minha parte!
Aproveito para deixar um pequeno contributo bibliográfico de Miguel Torga. Em Novembro de 1990 foi o Padrinho do Congresso de Coimbra organizado pela DG/AAC. Este Congresso teve direito a abertura pelo então Presidente da Republica,Mário Soares, e a participação de ex-dirigentes estudantis de várias gerações, sendo o mais "antigo" o teu amigo e meu primo, Prof. Emídio Guerreiro.
A AAC homenageou nesse Congresso Miguel Torga que proferiu a Conferência de abertura. Tentamos nesse dia lançar (mais uma) a sua candidatura ao Prémio Nobel. O meu discurso apelava a um movimento de todos, de Norte a Sul, neste sentido.
Recordo bem as dificuldades que eu e o Fernando Guerra ( hoje Pró-Reitor da UC) nas abordagens iniciais com o grande Torga, bem como o enorme prazer que depois sentia nos momentos que pude partilhar com ele ao Largo da Portagem...
Isto já vai longo...
Um abraço do Emídio Guerreiro
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