Prefácio
Para dizer de minha justiça seja o que for deste conjunto de versos livres direi, como o autor: sei imensamente nada.
Arriscando, despudoradamente, citar-me, direi que vivemos num tempo em que os discursos soam a oco.
Vivemos num tempo de múltiplas palavras sem sentido, usadas nos comércios diários dos interesses; palavras que se usam e deitam fora; palavras sem peso específico; sem leveza; sem valor.
Ao entrarmos numa obra poética - pelo contrário - penetramos na vida que se afasta da razão sem a dispensar e se aproxima da sensibilidade. A poesia, tenta pela palavra, libertar-nos do ruído que aprisiona e, em função do outro, libertá-lo, religando-o à palavra perdida. No aperfeiçoamento do Mundo. A palavra poética é obra de engenharia: fazer pontes, unir o que está separado, aproximar congregando.
Neste livro encontramos uma permanente busca de harmonia onde as questões que têm guiado o Homem nos seus caminhos, permanecem.
Frágeis, não resistimos ao tempo: "Passo... mas resisto/e embora resistindo... sempre passo/pois a vida não é mais do que isto!"
A dúvida permanece, angustia e deixa-nos sem saber se o Homem morreu, ou não, pregado numa cruz; se ressuscitou. Mas a cruz existe !...
O autor fala-nos do tempo com maiúscula, mas do que nos quer falar é do Templo.. Fala-nos das coisas simples da vida: do regador ferrugento/que foi deitado fora/e nunca mais foi visto.
E se há justiça no que vejo (interrogar-se-à o poeta ) porque é que uma pequena nuvem / esconde o sol / nascido atrás de uma alta montanha..." ? E sabe, também, que a poesia é brasa /que ainda arde/sobre fogueira fria ...
O poeta, todos os poetas, são doentes da infância. Procuram-na, reinventam-na, mitificam-na , eternizam-na.
Nos versos deste poeta há um jardim de criança a procurar por mim e há, também, os valores morais que fizeram o Ocidente. Mas o que fica, é a interrogação deixada pela Mãe :
- Carlitos, onde estás? -
Carlos Carranca
Prefácio ao livro de Carlos Couceiro “Sei imensamente Nada sobre o Universo…mas Sei”, edição de autor, 2006.
Para dizer de minha justiça seja o que for deste conjunto de versos livres direi, como o autor: sei imensamente nada.
Arriscando, despudoradamente, citar-me, direi que vivemos num tempo em que os discursos soam a oco.
Vivemos num tempo de múltiplas palavras sem sentido, usadas nos comércios diários dos interesses; palavras que se usam e deitam fora; palavras sem peso específico; sem leveza; sem valor.
Ao entrarmos numa obra poética - pelo contrário - penetramos na vida que se afasta da razão sem a dispensar e se aproxima da sensibilidade. A poesia, tenta pela palavra, libertar-nos do ruído que aprisiona e, em função do outro, libertá-lo, religando-o à palavra perdida. No aperfeiçoamento do Mundo. A palavra poética é obra de engenharia: fazer pontes, unir o que está separado, aproximar congregando.
Neste livro encontramos uma permanente busca de harmonia onde as questões que têm guiado o Homem nos seus caminhos, permanecem.
Frágeis, não resistimos ao tempo: "Passo... mas resisto/e embora resistindo... sempre passo/pois a vida não é mais do que isto!"
A dúvida permanece, angustia e deixa-nos sem saber se o Homem morreu, ou não, pregado numa cruz; se ressuscitou. Mas a cruz existe !...
O autor fala-nos do tempo com maiúscula, mas do que nos quer falar é do Templo.. Fala-nos das coisas simples da vida: do regador ferrugento/que foi deitado fora/e nunca mais foi visto.
E se há justiça no que vejo (interrogar-se-à o poeta ) porque é que uma pequena nuvem / esconde o sol / nascido atrás de uma alta montanha..." ? E sabe, também, que a poesia é brasa /que ainda arde/sobre fogueira fria ...
O poeta, todos os poetas, são doentes da infância. Procuram-na, reinventam-na, mitificam-na , eternizam-na.
Nos versos deste poeta há um jardim de criança a procurar por mim e há, também, os valores morais que fizeram o Ocidente. Mas o que fica, é a interrogação deixada pela Mãe :
- Carlitos, onde estás? -
Carlos Carranca
Prefácio ao livro de Carlos Couceiro “Sei imensamente Nada sobre o Universo…mas Sei”, edição de autor, 2006.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home